Gamificação na publicidade e o choque de gerações

Os anos passam e novas gerações vão surgindo, desde que a ideia de separar a cultura pop por gerações foi levada mais a sério, as marcas precisaram se adaptar ainda mais ao público- alvo que queriam atingir, esse processo reduziu custos e melhorou os serviços ou produtos oferecidos para as pessoas.

Mas apesar das vantagens, esse processo pode ser complexo à medida que novas gerações vão surgindo e as marcas não percebem que há uma oportunidade de engajamento passando despercebida.

Estamos acostumados a ouvir sobre a geração mais antiga conhecida como baby boomers, ou a de maior número atualmente, os Millenials, mas a geração “Z” que vem logo em seguida já começa a tomar conta do pedaço, e depois dela já temos a geração Alpha dando as caras.

Bom, vamos por partes e entender isso melhor nos próximos parágrafos, mas antes há um modelo de engajamento que precisa ser discutido aqui, que coloca todas estas gerações no mesmo pote, principalmente a partir dos Millenials: a gamificação!

A gamificação tem se tornado cada vez mais popular como estratégia de marketing para empresas de diversos segmentos. Essa técnica consiste em aplicar elementos de jogos em atividades que não são necessariamente jogos, com o objetivo de engajar e motivar o público-alvo.

Na publicidade, a gamificação tem sido utilizada para criar experiências interativas e envolventes, que permitem às marcas alcançarem seus objetivos de marketing, como aumentar a conscientização da marca, melhorar o engajamento do público, gerar leads e vendas.

Uma das estratégias de gamificação mais comuns é a criação de jogos interativos para dispositivos móveis ou sites. Os usuários são incentivados a jogar e completar desafios, ganhando recompensas virtuais ou reais. Estes jogos podem ser customizados para se adequar às necessidades e objetivos específicos da empresa.

Outra forma de gamificação é o uso de pontuações e níveis, por exemplo, premiando os melhores clientes com descontos e vantagens exclusivas. Isso incentiva os consumidores a se envolverem mais com a marca e promover a fidelização do público-alvo.

A gamificação utiliza duas dinâmicas básicas para funcionar: desafios e recompensas. As pessoas gostam de competir e resolver problemas, o que torna a gamificação uma estratégia eficaz para engajar o público-alvo.

Além disso, recompensas são importantes para incentivar as pessoas a continuarem jogando e interagindo com a marca. Essas recompensas podem ser no jogo ou externas, como descontos em produtos da marca. Entre as vantagens, podemos destacar o envolvimento dos usuários em campanhas, a conscientização e fidelidade à marca, o alcance de novos usuários, taxas de conversão mais altas e o aumento da entrada de dados.

Por exemplo, em 2013, uma campanha da M&M modificou um jogo pré-existente para promover seus novos doces com sabor de pretzel. O resultado foi uma grande interação dos usuários nas redes sociais.

Outro exemplo é o jogo “Pleasure Hunt” da Magnum em 2011, que incentivava os jogadores a visitarem diversos sites para coletar chocolates. A campanha obteve uma grande quantidade de visitantes únicos e foi compartilhada amplamente nas redes sociais.

Ou então, a campanha “The Fun Theory” da Volkswagen em 2009 utilizou a gamificação para incentivar as pessoas a escolherem as escadas em vez do elevador. O resultado foi uma grande mudança de comportamento em relação ao uso das escadas.

A gamificação também pode ser usada para motivar e engajar os funcionários de uma empresa, criando uma cultura de trabalho mais saudável e produtiva. Por meio de rankings, missões diárias ou semanais, premiações, entre outras ferramentas lúdicas, os colaboradores podem ser estimulados a conquistar metas individuais ou em equipe.

Em resumo, a gamificação é uma estratégia cada vez mais utilizada nas áreas de marketing e gestão de recursos humanos para manter os consumidores e funcionários engajados com a marca. Isso permite que as empresas alcancem seus objetivos de forma divertida e atraente.

Influência de uma nova geração

Vamos para os dados, o impacto da Geração Z, ela está se tornando uma força significativa no setor de varejo, representando 25% ou das vendas no varejo de países como a Inglaterra, por exemplo. A expectativa é que esse número suba para 39% até 2030.

Com isso, os empreendedores precisam se perguntar se estão preparados para essa geração, que é impactada de forma única por conflitos, crises de crédito, Covid e mudanças climáticas. A Geração Z está influenciando e remodelando as noções convencionais sobre o que o marketing pode e deve ser, de mais maneiras do que podemos imaginar.

Esta geração é a mais progressiva e responsável até agora, com a diversidade sendo uma expectativa e não um bônus. A sustentabilidade também não é uma escolha, mas uma intenção genuína de descobrir a sinergia entre as pessoas e o planeta e como todos podem lucrar coletivamente. Portanto, as cadeias de suprimentos, incluindo a sustentabilidade da publicidade, estão sob seu microscópio.

Novas gerações são criativas e estão moldando a cultura como um todo,

assista ao Documentário Cultura Criativa produzido pela Jambu.

Isso é importante para as marcas que os empreendedores constroem, porque a tenacidade e a autoconsciência da Geração Z para impulsionar a mudança são refrescantemente contagiosas. No entanto, ao contrário das gerações anteriores, eles têm as ferramentas psicológicas e fisiológicas para fazer as coisas acontecerem. Seu smartphone é como um quinto membro para descoberta, conhecimento, comunicação e ativismo para apoiar sua busca pelo que é importante para eles.

Portanto, os empreendedores devem se comunicar com eles em seus termos, o que significa olhar além do poder herdado de construir marcas e impulsionar o conhecimento do varejo na TV linear. Eles precisam descobrir um kit de ferramentas de marketing que atenda a tudo, desde gamificação e educação até inspiração e ação. Experiências híbridas de componentes físicos (ponto de venda, produtos, etc.) e digitais (telas sensíveis ao toque, espelhos conectados, cartões NFC, etc.) também são atraentes.

É aí que a gamificação se torna importante no engajamento dessa população, como os empreendedores estão lidando com um 'consumidor fluido', combinar experiências físicas e digitais em um espaço de comunicação conectado conquistará a disponibilidade mental e física da Geração Z e, finalmente, seus corações, mentes e influência coletiva. Entender a maneira certa de se conectar com a Geração Z, desde sua jornada digital até experiências IRL, no contexto certo, com as pessoas certas, pode ser um grande desafio para os empreendedores.

App’s, games sociais e realidade aumentada

Os jogos sociais são outro exemplo de como a gamificação está sendo usada na publicidade. Esses jogos são criados pelas marcas para serem jogados em plataformas de redes sociais, como o Facebook. Os jogadores podem convidar seus amigos para jogar e compartilhar suas pontuações nas redes sociais.

Um exemplo de jogo social é o Candy Crush Saga. Esse jogo foi criado pela King Digital Entertainment e é jogado por milhões de pessoas em todo o mundo. A marca utiliza o jogo para promover sua marca e seus produtos.

Os aplicativos de gamificação são outra forma popular de gamificação na publicidade. Esses aplicativos são criados pelas marcas para serem baixados pelos usuários em seus smartphones ou tablets. Os usuários são incentivados a jogar o jogo para ganhar prêmios, como descontos em produtos ou serviços.

Um exemplo de aplicativo de gamificação é o Nike+ Run Club, esse aplicativo é usado pelos corredores para acompanhar suas corridas e melhorar suas habilidades. O aplicativo incentiva os usuários a competir uns contra os outros e a compartilhar suas realizações nas redes sociais. A marca utiliza o aplicativo para promover seus produtos de corrida e aumentar o engajamento dos usuários com a marca.

A realidade aumentada é outra forma de gamificação que tem sido usada na publicidade. Essa tecnologia permite às marcas criar experiências interativas em que os usuários podem interagir com produtos ou serviços em um ambiente virtual.

App’s podem permitir aos usuários verem, por exemplo, como os móveis ficariam em suas casas antes de comprá-los, quase como na série The Sims. Vários aplicativos de lojas de material de construção, pintura, ou de mobiliário, já possibilitam que os usuários possam usar a câmera de seus smartphones para escanear o espaço onde desejam colocar o móvel e ver como ele ficaria no ambiente.

A Geração Alpha já está acontecendo

De acordo com a pesquisa da GWI, padrões claros estão surgindo entre os membros da Geração Alfa. Conhecidos como mini-millennials, eles são tão influenciados pelas tendências da internet quanto seus pais millennials. No entanto, eles parecem olhar mais para seus pares do que para outras gerações para confirmar que algo vale seu interesse.

Ao contrário de gerações mais velhas, os Gen Alphas querem ver o produto em ação antes de decidir comprar. Segundo o relatório de insights de mídia do primeiro trimestre de 2022 da Merkle, esses jovens costumam procurar avaliações nas mídias sociais ao considerar uma compra.

Para alcançar essa geração, é importante entender que eles são nativos digitais e se sentem confortáveis em espaços digitais. Embora tenha havido muito debate sobre o tempo de tela desde o início da pandemia, isso não parece estar diminuindo significativamente. Eles são atraídos por podcasts, conteúdo em vídeo e gamificação, e esses meios serão cada vez mais importantes para alcançá-los.

As formas tradicionais de publicidade podem passar despercebidas pelos Gen Alphas, mas podcasts e vídeos estilo vlog podem inspirar um nível de familiaridade que garante aos espectadores que o que está sendo anunciado foi examinado por uma fonte confiável. De acordo com o GWI, 4 em cada 10 adolescentes dizem que o conteúdo transmitido ao vivo é o principal motivo para usar as mídias sociais.

Os Gen Alphas estão mais presentes nas mídias sociais e nos videogames do que em outros hobbies durante a semana. Isso significa que as marcas têm a oportunidade de se conectar pessoalmente com eles online e ganhar sua confiança. Para romper a tela, é importante enfatizar a personalização, depoimentos de influenciadores e influência ponto a ponto nas plataformas onde eles passam grande parte do tempo.

O TikTok está crescendo rapidamente em popularidade entre os Gen Alphas. Discord, logo atrás do TikTok em popularidade, é uma comunidade de jogos onde os jovens podem se expressar de maneiras diferentes. Encontrá-los em plataformas como essas e abraçar as comunidades pode ser uma forma eficaz de conectar-se com eles.

A Geração Alfa será influenciada pela tecnologia digital e reagirá ao mercado de maneiras diferentes das gerações anteriores. Seu foco na responsabilidade definirá o padrão tanto para as estratégias quanto para os valores da marca. O papel dessa geração na formação das tendências do mercado será emocionante de acompanhar nos próximos anos.

E a gamificação tem se tornado uma técnica popular para atingir essa faixa da população mundial que em alguns anos tomará conta do globo. As marcas estão usando jogos, streaming e outras formas de gamificação para criar experiências interativas e envolventes que ajudam a aumentar o engajamento do público, a conscientização da marca e a geração de leads e vendas.

Ao aplicar a gamificação na publicidade, as marcas devem ter em mente que a experiência do usuário deve ser a principal prioridade. É importante criar experiências divertidas e envolventes que permitam ao público interagir com a marca de forma significativa.